quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Marina Silva - Quando o verde aparece sem as outras cores

Ao que tudo indica, a corrida presidencial nas eleições de 2010 sofreu uma grande mudança com a entrada de Marina Silva como presidenciável. A ex-ministra do Meio Ambiente, que deixou o cargo com uma atitude corajosa, alegando falta de apoio às políticas ambientais pelo governo Lula.Ex-militante pelo PT, Marina Silva deixou o partido em meio a toda confusão envolvendo o Presidente do Senado, José Sarney. Parece que será pelo Partido Verde que entrará na briga pela presidência.

Muitos parecem animadíssimos com uma nova cara com reais chances na corrida presidencial. Uma cara que vem com propostas atuais, tal como política ambiental, que tem sido deixada de lado pelo governo atual, principalmente em seu PAC. Outro ponto favorável à senadora é sua ética e dignidade. Cansados de tantos escândalos e podridão nos governos, estes pontos, que deveriam ser presentes na política em geral, devem ser um de seus maiores méritos em meio aos eleitores brasileiros.

Porém, existe um outro lado que não tem sido de fato pensado. Política ambiental é certamente um dos debates mais necessários no meio político hoje, no entanto, não é o único. Logo que a possibilidade de uma possível candidatura apareceu, ONGs ligadas ao meio ambiente, entre outros, vestiram a camisa de “Marina Silva Presidente”. A mesma Marina Silva que é absolutamente contra aborto, contra pesquisas com células tronco e tem uma visão ortodoxa evangélica.

Talvez já prevendo problemas com estas áreas, como noticiado pelo jornal A Folha de São Paulo, no dia 25 de agosto, o PV, que apoia a descriminalização do aborto, já discutiu com Marina Silva, como abordar o assunto. O resolvido é que a senadora não causará interferências nos debates no Congresso.

O debate ambiental é necessário, e com esta candidatura, os outros candidatos terão que apresentar propostas próprias direcionadas às políticas ambientais, porém o verde não deve vir sozinho na história toda. Outros aspectos devem ser friamente analisados, para que não haja arrependimento posterior e uma regressão nas políticas de outras áreas. A não ser que o ponto buscado seja exatamente “primeiro salvamos o mundo, depois pensamos no resto”.

2 comentários:

Alice Agnelli disse...

Concordo, Victor.

Afinal, como vimos ontem... "falar da natureza não muda a natureza, falar do homem muda o homem".

E tem muita coisa do homem que precisa ser mudada.

(não que em relação ao meio-ambiente essas mudanças não sejam necessárias, mas enfim)

Gostei do 'novo' estilo do blog - que já deve ser até velhinho em tempos de internet.

Tulio Bucchioni disse...

Ahh confesso que adorei a possibilidade dela concorrer! Mesmo achando tbm que os problemas do Brasil jamais param no "verde" da Marina...E tbm que ela poderia ser um pouco mais incisiva em suas atitudes.

Mas enfim, antes ela e seu verde ético do que todo o resto que vemos por aí!