sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Mudança

Ando com um problema pra escrever aqui. Parece que nada surge, minha cabeça anda vazia. Apesar de ser um lugar onde escrevo sobre tudo, desde que seja algo de meu interesse, o que, teoricamente, faz com que assuntos não faltem, ultimamente ando totalmente perdido, sem nenhuma inspiração.

Não costumo escrever sobre sentimentos ou acontecimentos da minha vida aqui - exceto pela ligação para a Dorotéia. É claro que tudo que eu escrevo tenha uma carga emocional envolvida, desde textos sobre filmes até as pequenas ficções, que são os textos que sofrem maior influência. Hoje será diferente, não só falarei sobre a vida, será uma análise de um ano todo.

Provavelmente a palavra que defina este ano foi "mudança". Para começar mudou que logo na primeira semana de janeiro tive umas últimas aulas malditas para assistir, já foi algo inédito pra mim. Depois vem a entrada na faculdade e todas suas conseqüências (eu ainda uso trema). Parece que faz muito tempo e na verdade só se passou um ano.

Mudança de vontades, de hábitos, de horários, de gostos, de amores, dos lugares onde vou, de responsabilidades, de pensamentos, da forma de agir, da forma de planejar, sem deixar de lado a climática, a ortográfica, a do Obama (coitado), e as tantas outras, provavelmente não tão radicais, que o ano que vem trará.

Feliz ano novo a todos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Telefone

"Nove e meia da manhã? Número desconhecido... quem será?" O bom humor matinal já faz a futura conversa ao telefone ser algo desgradável.

-Alô?

-Alô... por favor a Dorotéia? - Responde uma voz feminina

-Não tem ninguém com esse nome.

-Não? Mas é 9999-9999?

-Isso, mas não tem nenhuma Dorotéia.

-Então ela me deu o número errado.

-Então ela te deu o número errado.

-Você é o dono do celular?

-Sou eu mesmo...

-Qual seu nome?

-Dorotéia é que não é.

-Ah, obrigada.

Sorte dessa Dorotéia, não teve que atender a uma ligação às nove e meia da manhã. Azar o meu que atendi...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Espinhos

O enfeite em cima da mesa era muito mais atrente do que os olhos castanhos que o observavam. Tinha certeza que os olhos estavam parados em cima dele, só não queria olhar de volta. Continou fitando o enfeite, eram rosas organizadas de forma grosseira, os espinhos ainda estavam lá, ninguém tinha se importado em arrancá-los. Não, não iria olhar pro lado, aquela situação vinha se repetindo constantemente. Ele podia sentir o olhar penetrando-o, tentando de alguma forma fazer com que ele olhasse para o lado, tentando chamar sua atenção.

- Tudo bem com você? - A dona dos olhos perguntou

Claro que não está tudo bem. Você está me fitando, eu sei disso e não tenho a mínima vontade de virar minha cabeça e olhar para você. Tem sido assim, você me olha, eu não e então vem a maldita pergunta, "Tudo bem?" ou então a pior, "No que você está pensando?". Se não te olhei foi por algum motivo. Cansado de nós dois, provavelmente tédio também.

- Sim, tudo bem... - Ele respondeu sem tirar os olhos do enfeite