quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Salve Geral

Salve Geral foi o filme escolhido para representar o Brasil e lutar pelo tão sonhado Oscar de melhor filme estrangeiro. Muito provavelmente não será por agora que a estatueta chegará. Salve Geral, à primeira vista, é mais dos filmes que andam em alta. Humanizam o criminoso, expondo as mazelas sociais do país  ou outros fatores que levam jovens e mais jovens a cair no mundo das drogas e dos crimes. No entanto, o filme não se faz bem sucedido nem neste, nem em muitos aspectos.

O plano de fundo é um professora de piano, Lúcia (Andréa Beltrão), que tem seu filho preso após, digamos, uma noite ruim para ele. Com isso a professora, também formada em direito, passa a se envolver com este mundo, após conhecer Ruiva, uma advogada de meios um tanto heterodoxos (ou não, uma vez que estamos no Brasil).










Enfim, todo o enredo se constrói de modo que culmine no fatídico dia das mães em que o PCC, tratado como “Partido” no filme, parou São Paulo. Salve Geral, “inspirado em fatos reais” acaba por não cumprir a tentada humanização dos bandidos, desta vez, um espectador padrão do filme, não vê nenhum envolvimento emocional e muito menos proximidade com as atitudes apresentadas no filme.

Além desta falha, o filme apresenta alguns problemas com outros fatores técnicos. As cenas são muito curtas, o filme parece todo picotado, causando um pouco de irritação em alguns momentos. Os atores, talvez mau escolhidos e mau dirigidos, não entram na pele dos chefes do PCC, a ponto de um deles, em certa conversa, responder ao diretor do presídio “(...) um inferno para nós, senhor diretor. Para quem mais haveria de ser?”, com uma intonação de dar inveja a qualquer intelectual.

A lista dos possíveis filmes a serem enviados para concorrer ao Oscar pelo Brasil não era das melhores, não continha grandes surpresas. Mas por outro lado, é difícil de aceitar que Salve Geral era de fato a melhor das opções.