terça-feira, 20 de maio de 2008

9

… e ele estava sentado desconfortavelmente no banco de madeira, contemplando o céu estrelado, se é que assim podia ser chamado, e poluído da cidade. Olhava estrela por estrela, se detinha por alguns poucos segundos em cada uma delas, passava para a próxima.

Estava cercado por pessoas, não eram muitas, mas eram o suficiente para que uma pessoa não possa se dizer sozinha, mas assim ele se sentia. Parecia que tudo estava parado e sua única companhia eram as poucas, longínquas e tristes estrelas. Ele as olhava e elas, simpáticas, retribuíam seu olhar, pareciam acenar e dançar para diverti-lo.

Assoprou o ar para fora dos pulmões e observou a fumaça sair de sua boca. Com isso pareceu ter sido levado a outro lugar. Pensou como era engraçado, essa imagem antes o levava a um lugar, depois de um certo dia passou a leva-lo a outro. Tinha certeza, alguém novo havia aparecido ao seu lado. Não tinha coragem de olhar, passaram-se alguns segundos, ele olhou. Lá estava ela, a felicidade preencheu-o, não podia acreditar, lá estava ela. Olhou para frente, os carros passavam rapidamente, muitos deles, de todas as cores e formatos, com motoristas de mais cores e formatos dentro deles.

Venceu o medo, lentamente moveu sua mão um pouco para o lado e tocou na dela. Segurou-a firmemente. Apertou-a, não a soltaria de maneira nenhuma. Então cometeu seu maior erro, o maior de sua vida. Piscou, e tudo foi embora. Continuava lá, sentado, cercado, porém sentindo-se sozinho, apenas com as estrelas.

Nenhum comentário: